Lagarto Coxo

Certas coincidências, de tão coincidentes que são, mais parecem ter sido talhadas para pôr à prova convicções que se têm por inabaláveis. Como a da implausibilidade de ideia fartamente crida pelos dias que nos cercam, a de coincidências não existirem.

Nada obstante, este lagarto é um dos que se mantêm firmes na defesa da casualidade como causalidade. E assim sendo, finca pata (uma das três sãs) no ceticismo, sem que, todavia, isso lhe impeça – mais, talvez até o impila – de comentar dois acontecimentos recentíssimos, cronologicamente sequenciais, ensejadores de sentimentos opostos, e fundamentalmente ligados pela matéria última que reportam, quer seja a da densa história de nossa América Latina.

Pois que assim foram percebidos esses tais dois acontecimentos – o categoricamente apaixonado discurso de Raúl Castro na Cúpula das Américas, dia 11, no Panamá, e a morte de Eduardo Galeano, dois dias depois, em Montevidéu.

Se “As veias abertas…

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